UPA de Passos recupera aparelhos sumidos

Diversos aparelhos que estavam perdidos, considerados cruciais para o bom funcionamento e atendimento da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Passos, foram recuperados na última semana. No total, 20 aparelhos de medir pressão, três monitores multiparamétricos e um microscópio passarão agora por uma manutenção e, logo em seguida, voltarão a integrar os processos de atendimentos da unidade - somados, esses equipamentos equivalem a mais de R$50 mil.

Segundo a gerente da unidade, Zidiane da Silva Vidigal, assim que a nova administração assumiu o local, um levantamento do patrimônio foi realizado. Após uma minuciosa análise do documento em questão, foi constatado então que os materiais existiam, mas não estavam na UPA. No decorrer da pesquisa para descobrir a localização dos itens, Zidiane contou que todos esses aparelhos haviam sido encaminhados para a empresa que ganhou a licitação de manutenção no último ano, mas não retornaram ao hospital.

Visando encontrar todos os equipamentos, a nova equipe entrou em contato com os responsáveis pela administração passada e descobriram o nome da possível empresa, localizada em Maringá, no estado do Paraná. No entanto, como encontraram apenas o site, mas não conseguiram um contato concreto com a empresa, por meio de uma orientação da Procuradoria, fizeram um Boletim de Ocorrência relatando o sumiço dos aparelhos. “Quando ligamos, já não era mais da mesma empresa, mas falaram que conheciam a empresa e então, eles mesmo fizeram contato e falaram para nós tudo o que estava lá”, lembrou a gerente.

Embora ciente de que não é possível acusar, Zidiane assegurou que o erro foi a administração passada ter enviado todo o conjunto de material, mas não ter ligado para cobrar e nem mesmo repassado para a administração atual a situação. “Mandaram para consertar e ninguém entregou, ninguém foi atrás, ninguém buscou, ninguém fez nada. Só estávamos com dois monitores funcionando, esses que chegaram estavam fazendo uma falta absurda, tínhamos extrema urgência deles - e não tinha cabimento comprarmos novos porque já tínhamos e o investimento é muito alto”, disse.

Ainda de acordo com a gerente, mesmo se não estiverem funcionando, os aparelhos terão que funcionar, pois a manutenção tem que arrumar e, caso não arrumem, precisarão dar e colocar novas peças. “Para nós, por ser licitação, a manutenção sai super barato – eles recebem cerca de R$90 por hora. A empresa que realiza é de Barbacena – MG, o que nos deixou até decepcionadas quando ganharam porque queríamos uma de Passos, mas mesmo sendo de fora, tivemos muita sorte porque eles são muito bons”, garantiu.

E para ilustrar sua afirmação, a gerente revelou que, seguindo as normas, os aparelhos da UPA precisam passar por uma manutenção preventiva a cada 15 dias e corretiva, quando necessário. Todavia, todos esses processos ficam registrados em um livro e os funcionários da empresa vêm até o município para realizar o serviço.

Além do apoio da Secretaria de Saúde e da Prefeitura, a gerente fez questão de enfatizar e agradecer todo o suporte e colaboração da Polícia Civil, atuação que, segundo ela, foi imprescindível para a segurança do processo. “O delegado nos deu suporte e, como tínhamos duas opções, ou a empresa mandar por Sedex a cobrar os itens ou buscarmos, o advogado nos orientou buscá-los e então, duas pessoas indicadas pela Polícia Civil foram até lá”, contou.

Após reforçar a utilidade e necessidade desses materiais recuperados e afirmar que darão mais segurança aos monitoramentos dos pacientes, a coordenadora da enfermagem, Gisele Graziela de Paula Silva, esclareceu que a manutenção acontecerá já na próxima semana, “procedimento considerado mais sensato, pois não sabemos as reais condições de armazenamento que os aparelhos estavam na outra cidade”.

Conforme explicado por Gisele, caso algum material da unidade necessite ser encaminhado para manutenção em outro município, esse processo será realizado com rastreamento. “Temos controle de tudo, até mesmo de todas as horas que a empresa faz, documentamos tudo o que está sendo enviado para a empresa, fazemos uma descrição e assina tanto o responsável pela empresa quanto eu - isso não é uma medida de insegurança com a empresa, mas sim de segurança”, destacou.

Porém, a coordenadora lamentou ao informar também a existência de outros materiais não encontrados, os quais, para ela, não é possível afirmar que estejam na mesma empresa, pois não há controle formalizado indicando para onde foram encaminhados. “Mas tudo já está sendo procurado, desde os itens simples, como, por exemplo, balança de triagem infantil e aparelho de eletro”, completou.

Outra questão levantada por Gisele após estruturar a lista de patrimônio foi relativa aos equipamentos inservíveis e aos que estão na UPA, mas não são de propriedade da unidade, como um exaustor que pertence ao Centro de Referência Regional em Saúde do Trabalhador (Cerest) e um armário ainda da antiga Fundação de Ensino Superior de Passos (Fesp). “Não sabemos como vieram para cá, tem até uma impressora que não era da Prefeitura, era serviço terceirizado e um ar condicionado. Mas já fizemos a solicitação para o Patrimônio definir o que será feito”, finalizou.