Ministério Público prende delegado em Passos

O delegado Matheus Reis Ponsancini foi preso no início da manhã de terça-feira, 19, durante a “Operação Fênix”, desencadeada pelo Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público Estadual (MPE).

Ele teve a prisão preventiva decretada pela Justiça e foi encontrado em sua residência na cidade de Passos. Mais de 80 pessoas envolvidas na investigação também foram presas nesta terça-feira, entre elas outros nove delegados, dezenas de policiais civis e advogados, que foram localizados em mais 9 cidades mineiras e nos municípios de Cascavel (PR) e Cuiabá (MT).

Ponsancini é o atual titular da Delegacia da Polícia Civil de Jacuí e já trabalhou na cidade de Passos nos últimos meses, onde respondeu, interinamente, pela Delegacia de Homicídios.

Segundo informações do MPE, a investigação teve início ainda 2015 na região do Triângulo Mineiro, quando Ponsancini era delegado em Uberlândia, se desdobrando de outras três operações. Entre os crimes investigados estão o tráfico de drogas, associação criminosa, obstrução da Justiça, fraude processual, corrupção ativa e passiva, falsidade ideológica, receptação, posse ilegal de arma de fogo e prevaricação, dentre outros. Não foi relatado maiores detalhes da investigação.

Nas regiões sul e sudoeste mineiro, além de Ponsancini, também foi preso o delegado regional de Pouso Alegre, André Vinícius Corazza, que estava respondendo pelo Departamento da PC daquela cidade. Os outros delegados presos são; Samuel Barreto dos Santos, Hamilton Tadeu de Lima, Elber Barra Cordeiro, Paula Andressa de Freitas Mariano, Vitor Adriano Dantas, Agenor Lázaro Soares, Wesley Dutra e Mary Simone Reis. A maioria deles exercem ou já exerceram cargos de confiança e chefia na região do Triângulo.

Na manhã desta terça-feira (19) a “Operação Fênix” teve a participação de 500 policiais militares, 150 policiais rodoviários federais, 7 promotores de Justiça e auditores da Receita Estadual. Foram empenhadas duas aeronaves e 150 viaturas policiais. Em Passos, Ponsancini foi preso por duas equipes da PRF.

136 investigados

Ainda de acordo com MPE, ao todo foram cumpridos cerca de 200 mandados de prisão contra 136 pessoas (contra alguns havia o registro de mais de um mandado), 121 mandados de busca e apreensão e quatro mandados de condução coercitiva, nas cidades de Uberlândia, Uberaba, Araguari, Patos de Minas, Patrocínio, Monte Alegre de Minas, Passos, Pouso Alegre, Araxá e Belo Horizonte, todas no estado mineiro, além de Cascavel (PR) e Cuiabá (MT).
Matheus Ponsancini e André Corazza foram encaminhados à sede do MPE em Pouso Alegre e, posteriormente, encaminhados para Belo Horizonte, onde ficarão detidos.

No total, foram oferecidas 29 denúncias contra os investigados, além de duas cautelares de requerimento de decretação de prisões preventivas e três cautelares de requerimentos diversos, como busca e apreensão e conduções coercitivas. Foram duas denúncias decorrentes da “Operação Zeus”, deflagrada pela PC em setembro de 2015, sete denúncias da “Operação Ouroboros”, por sua vez, corresponde à segunda fase da Operação 100 Anos de Perdão, e 19 denúncias da operação “Efésios”, que decorreu de acordos de colaboração premiada, firmados pelo Gaeco de Uberlândia.

Dentre as 136 pessoas investigadas que tiveram prisões preventivas decretadas, estão 10 delegados de Polícia Civil, sendo três chefes de departamento e uma delegada regional, dois escrivães, 45 investigadores e sete advogados.

“Fênix”

A Fênix, que deu o nome à operação do MPE, é um pássaro da mitologia grega que, quando morria, entrava em autocombustão e, passado algum tempo, renascia das próprias cinzas.