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09/05/2017

Casos de zika, dengue e chikungunya caem 89% no Brasil

Dados divulgados pelo Ministério da Saúde mostram que o número de casos de dengue, zika e chikungunya no Brasil caiu 89% este ano. Até o dia 15 de abril foram notificadas 164.302 ocorrências das três doenças, enquanto no mesmo período de 2016 foram registrados 1.486.037 casos dos vírus transmitidos pelo Aedes aegypti.

Em 2016 houve um número muito alto de casos de doenças transmitidas por mosquitos: foi o segundo ano com maior número de dengue desde o início dos registros, em 1990, perdendo só para 2015. E a incidência de zika e chikungunya também foi recorde — tanto que a maior queda aconteceu no número de casos de zika: nos primeiros meses de 2016 foram notificados 170.535 casos e, neste ano, no mesmo período, foram 7.911, uma queda de 95,3%. No ano passado oito pessoas morreram de zika, e este ano não houve mortes causadas pela doença.

Nos primeiros quatro meses de 2017 foi constatada uma redução de 90,3% dos casos de dengue, passando de 1.180.472 notificações em 2016 para 113.381 este ano. O número de óbitos em função da doença também caiu no mesmo período, de 507 para 17.

Em relação às notificações de chikungunya, a queda foi de 68,1% na comparação entre os primeiros meses de 2016 — quando houve 135.030 casos — e 2017, com 43.010 notificações.

AUMENTO DE VISTORIAS

O infectologista Luiz Antonio Alves de Lima, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), destaca que o verão deste ano foi menos quente do que no ano passado, dificultando a circulação do Aedes aegypti. Além disso, houve um aumento significativo no número de municípios que, no segundo semestre de 2016, realizaram vistorias de imóveis em busca de larvas de mosquito — o que reduz as chances de registro de epidemias no verão seguinte.

— Devido ao enorme número de ocorrências de chikungunya no ano passado, o contingente de pessoas suscetíveis à contaminação diminuiu. É o que chamamos de imunidade rebanha: o vírus circula muito pouco em um ambiente onde diversas pessoas foram infectadas em outra ocasião — explica o especialista, acrescentando que os resultados do boletim devem ser vistos com cautela:

— São boas estimativas, mas isso não quer dizer que não há riscos. Há quatro tipos de dengue circulando pelo Rio, e a população não está imunizada contra eles. Também existe a possibilidade de que a doença se espalhe entre a população jovem, que é a mais suscetível por nunca ter tido contato com o vírus.

Infectologista da Universidade Federal da Bahia, Jacy Andrade ressalta que o momento deve ser aproveitado para a realização de novos estudos:

— Não sabemos o que acontece quando existe a circulação simultânea de mais de uma doença transmitida por mosquitos. Talvez haja mudanças na capacidade de transmissão. Precisamos entender esses padrões.

Aedes aegypti, que transmite zika, dengue e chikungunya

Fonte:Extra

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