Alfenas lidera ranking de casos estupro no Sul de Minas Gerais
O crimes de estupro aumentaram em algumas cidades da região. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública de Minas Gerais (SSP-MG), os casos de estupro e tentativa de abuso cresceram quase 15% no estado em 2017. No Sul de Minas, Alfenas é a cidade que lidera o ranking com 18 casos, até o momento.
Ainda segundo o levantamento da secretaria, em todo o estado, de janeiro a abril deste ano, foram registrados 2,1 mil ocorrências, contra pouco mais de 2 mil no mesmo período do ano passado. Nas regiões dos batalhões da PM em Lavras, Pouso Alegre e Poços de Caldas o aumento também foi sentido. Foram 215 casos de estupro até abril, contra 187 no mesmo período em 2016.
Alfenas é seguida por Poços de Caldas com 14 casos, Pouso Alegre com 13 e São Sebastião do Paraíso com 10 ocorrências. Já Passos registrou nove crimes de estupro e Varginha três casos. Os números apontam casos denunciados até abril deste ano.
Apesar do aumento no número de ocorrências de estupro na região, muitos casos ainda seguem fora desta estatística. A maioria deles não denúncia por medo. Algumas vítimas se fecham e mantém o silêncio.
“A gente manda para a delegacia as denúncias, mas ai a vítima ou os pais acabam não levando as vítimas para fazer o relato e acaba ficando sem nenhuma solução”, disse Paulo Silvério, presidente do Conselho Tutelar de Alfenas, órgão que recebe em média 20 denúncias por mês.
Um caso que chamou a atenção em Alfenas foi de uma menina de 12 anos, que era abusada pelo padrasto há pelo menos dois anos. O caso só veio à tona no mês de abril, quando a criança chegou desmaiada no Hospital Universitário Alzira Velano e contou do abuso. O padrasto de 39 anos, acusado do crime, continua foragido.
Outra vítima de estupro na cidade foi uma estudante universitária. Ela foi rendida quando saia do campus da Unifenas, ao voltar para casa no dia 31 de março. O autor dos abusos, Luciano Alves de Souza confessou o crime e está preso. Ainda em Alfenas, na semana passada, uma menina de 13 anos que tentava a carreira de modelo foi estuprada pelo dono de uma agência. O empresário continua foragido.
Os crimes estão sendo investigados pela Delegacia da Mulher de Alfenas. De acordo com a delegada Renata Rezende, os autores são identificados em quase 90% dos casos. Ainda segundo a delegada, o aumento das denúncias estimula outras vítimas a saírem do silêncio.
“Quando há uma notoriedade, a divulgação de um crime, onde nós obtivemos êxito em prender o agressor a vítima se sente mais encorajada de vir denunciar. E ai acontece de ter um número, que ainda é expressivo, e todos os casos estão sendo investigados pontualmente”, disse a delegada da Delegacia da Mulher de Alfenas.
