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19/05/2017

Ouça áudio da conversa entre Joesley Batista e Temer

A conversa de cerca de 30 minutos aconteceu no último dia 7 de março durante um encontro entre Joesley e o presidente no Palácio do Jaburu, onde Temer mora.

Durante a conversa, Joesley conversa com Temer sobre Eduardo Cunha. Segundo a versão publicada no jornal O Globo antes da divulgação dos áudios, o empresário disse a Temer que estava dando a Eduardo Cunha e ao operador Lúcio Funaro uma mesada na prisão para que ficassem calados. Diante da informação, o presidente teria respondido: “Tem que manter isso, viu?”.

O presidente nega que tenha feita essa solicitação.

Escute o áudio na integra aqui.

Veja a transcrição do momento em que esse assunto é tratado:

JOESLEY BATISTA: Queria te ouvir um pouco, presidente. Como o senhor está nessa situação toda aí, do Eduardo, não sei o quê …

MICHEL TEMER: O Eduardo resolveu me fustigar. Você viu que …

JOESLEY BATISTA: Eu não sei, como está a situação?

MICHEL TEMER: Eu não tenho nada a ver com a defesa. O Moro indeferiu 21 perguntas dele. Eu não tenho nada a ver com a defesa dele. Eu não fiz nada [inaudível] .. no Supremo Tribunal Federal. Então, é só.

JOESLEY BATISTA: Dentro do possível, eu fiz o máximo que deu ali, zerei tudo, o que tinha de alguma pendência daqui para ali, zerou tudo. E ele foi firme em cima e já estava lá, veio, cobrou, tal, tal, tal. Pronto. Acelerei o passo e tirei da fila. O único companheiro dele que está aqui, porque o Geddel sempre estava [inaudível] Geddel é que andava sempre ali, mas o Geddel eu perdi o contato, porque ele virou investigado e eu não posso também …

MICHEL TEMER: É complicado

JOESLEY BATISTA: … não posso encontrar ele.

MICHEL TEMER: [inaudível]

JOESLEY BATISTA:: O negócio dos vazamentos, [inaudível], o telefone do Eduardo com o Geddel. Volta e meia citava alguma coisa meio tangenciando a nós, a não sei o que. Eu tô lá me defendendo. Como é que eu dei mais ou menos dei conta de fazer até agora: eu estou de bem com o Eduardo

MICHEL TEMER: Tem que manter isso, viu.

JOESLEY BATISTA: Tô segurando as pontas, tô indo. Nesse processo, eu tô meio enrolado. É investigado, não tenho ainda a denúncia.

JOESLEY BATISTA: Tô segurando as pontas, tô indo. Nesse processo, eu tô meio enrolado no processo assim.

TEMER: [inaudível]

JOESLEY BATISTA: É investigado, não tenho ainda a denúncia. Eu dei conta de um lado o juiz, dá uma segurada, do outro lado o juiz substituto que é um cara que ficou …

TEMER: Está segurando os dois …

JOESLEY: É, estou segurando os dois. Então eu consegui dentro da força tarefa que também tá me dando informação. E lá que eu estou para dar conta de trocar o procurador que está atrás de mim. Se eu der conta, tem o lado bom e o lado ruim: o lado bom é que dá uma esfriada até o outro chegar. O lado ruim é que se vem um cara com raiva, que não sei o que…

TEMER: Mas o que você está lá?

JOESLEY: O que está me ajudando está bom, beleza. Agora, o principal que é um … tem um que tá me investigando. Eu consegui colar um no grupo. Agora, eu tô tentando trocar…

TEMER: O que tá…

JOESLEY: Isso. Então, tá meio assim… Ele saiu de férias, até essa semana eu fiquei preocupado que saiu um burburinho de que iam trocar ele, eu fiquei com medo. Tô contando essa história só para dizer assim: eu tô me defendendo, me segurando. Os dois lá tô mantendo, tudo bem. Mas o Geddel tava aqui, aquele negócio da anistia e quase não deu.

TEMER: Quase … [inaudível] mas se todos se reunirem e fizeram isso …

(…)

JOESLEY BATISTA: Tô fazendo 50 mil por mês.

MICHEL TEMER: Pro garoto.

JOESLEY BATISTA: Pro rapaz [inaudível] me dar informação, pelo menos me dar informação.

(…)

JOESLEY BATISTA: Como você está com o Henrique?

MICHEL TEMER: A gente se dá muito bem. [Inaudível] Ele é bem tranquilo. Quer dizer, ele concorda [Inaudível], ele faz o que eu estou pedindo muito bem.

JOESLEY BATISTA: Ele é trabalhador?

MICHEL TEMER: Ele é trabalhador. Nós todos, viu, Joesley? O que essa gente fez com o Brasil…

JOESLEY BATISTA: Nossa senhora, hein

MICHEL TEMER: É inacreditável. Inacreditável. O Henrique vai muito bem comigo. Eu chamo ele todo dia. [Inaudível]

JOESLEY BATISTA: E ele gosta. Ele gosta de trabalhar. Você não chama ele para ir para a praia. Se você for para a praia e chamar ele, iiiihh…

MICHEL TEMER: Aí ele não tem graça.

JOESLEY BATISTA: Agora, chama ele pra trabalhar. Eu tenho, e o Henrique é muito disciplinado, lógico, tenho uma relação ótima com ele. Eu tive assim. Tá tudo bem, tá tudo bem e tal. Eu não sei, vamos dizer assim, eu já andei falando com ele sobre alguns assuntos.

MICHEL TEMER: Sei

JOESLEY BATISTA: Conhecendo ele, ele é…

MICHEL TEMER: [Inaudível]

JOESLEY BATISTA: É, pra caramba. Por exemplo. Um dia eu falei com ele. “Ô ministro, e o negócio lá no BC como é que tá e tal?” Aí ele [faz uma voz estranha], “ah, aquilo lá, o Ilan faz as coisas…”, e tira fora. “Não é você que manda nessa merda?” “Ah, o Ilan lá…”

MICHEL TEMER: É, ele [Inaudível] um pouco do Ilan pra ele.

JOESLEY BATISTA: Então, é aí que eu quero… Um dia eu falei assim pra ele. “Henrique, precisa mexer na Receita Federal, porra. O Rachid aí [Jorge Antonio Deher Rachid, secretário da Receita Federal], tá tanto tempo aí. Vamos por um cara aí mais dinâmico pá. Um monte de coisa pra mexer.” “Ixi, não, não não. Não posso mexer.” Beleza. Não, beleza no planejamento. “Ah, mas foi você que colocou a Maria Silvia [presidente do BNDES] lá!’, ele “não, não, mas isso é do Jucá…”

MICHEL TEMER: [Inaudível] alguém ótimo, maravilhoso. Mas e se [inaudível] acertou e tal [inaudível].

(…)

Via Exame.com

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