Entidades assistenciais do Sul de Minas começaram a reduzir a oferta de alguns serviços para cortar custos e economizar. Com a crise financeira enfrentada pelo país, o número de doações caiu. Em Varginha (MG), há instituições que perderam 30% da receita.
"Nós estamos no vermelho há quatro meses, então, com a diminuição das doações e o aumento de pacientes, a gente teve que reduzir até no cafezinho deles, que era muito rico", conta Meryvone Mansur Biscaro, presidente e fundadora da Associação Viva Vida, que apoia em Varginha 2 mil pessoas em tratamento contra o câncer.
Na Associação Beneficente Levanta-te e Anda, que ajuda moradores de Varginha com distribuição de roupas, remédios, cestas básicas e sopão, as dificuldades também são grandes. "Caiu bastante porque, com essa situação [econômica], os supermercados estão comprando menos para sobrar menos. A gente busca novos parceiros, através dos sacolões", explica a assistente social Sandra Maria Vilela Claudiano.
No Lar São Vicente de Paulo, que presta assistência a idosos varginhenses, as contas estão desequilibradas, segundo o presidente Daniel Moura. "Para não deixar pagar os funcionários e comprar comida, eu tive que deixar de pagar INSS durante seis meses, mas, sem pagar INSS, eu não consigo fazer financiamento, complica a vida pra gente", relata. A instituição passa por uma ampliação da estrutura, mas acorre o risco de não conseguir mais pessoas.
Incentivo a doações
Em Poços de Caldas (MG), a Santa Casa iniciou uma campanha para tentar cobrir o déficit mensal de R$ 600 mil. Moradores podem se cadastrar junto ao hospital para repassarem doações por meio da conta de energia elétrica. Eventos em que artistas se apresentam cedendo o cachê também foram outra saída encontrada.